Inflação menor e avanço da PEC de gastos públicos sinalizam corte de juros

Diversos indicadores ainda mostram o peso da recessão, mas há boas notícias que abrem espaço para o início de um ciclo de queda dos juros básicos do país este mês. A principal foi a variação de apenas 0,08% da inflação oficial, o IPCA, em setembro. Foi a menor taxa desde julho de 2014, quando ficou em 0,01%. Outra informação positiva é o sinal de que caiu a ficha para os parlamentares brasileiros de que o país está com as finanças quebradas e é preciso conter os gastos públicos. Uma sondagem feita pelo Palácio do Planalto ontem apurou que já estão confirmados mais de 350 votos de deputados a favor da emenda constitucional que limitará os gastos, quando o necessário são 308 votos.

O objetivo é limitar despesas públicas que em alguns anos chegarão a 80% do Produto Interno Bruto e sufocarão ainda mais o crescimento econômico. Em evento quinta-feira em Florianópolis, o ministro do Desenvolvimento, Marcos Pereira, afirmou que se a PEC de gastos tivesse sido aprovada há 10 anos, o país teria uma dívida pública de R$ 1 trilhão, e não de R$ 4 trilhões como a atual.

Com preços em queda e sinais de que as reformas estão avançando, o mercado avalia que o Banco Central poderá reduzir a taxa básica de juros Selic em 0,25 ou 0,50 ponto percentual na próxima reunião do Copom, dias 18 e 19 deste mês. Atualmente está em 14,25%, o que implica juros reais mais elevados do mundo.

No caso da inflação, apesar das pressões de todos os lados, há a perspectiva de que os preços subam menos porque o mercado não está aceitando aumentos. No mês passado, foi registrada deflação nos alimentos, tanto no IPCA, quanto no índice de Florianópolis, calculado pela Esag-Udesc e divulgado pela Acif.
A inflação de setembro ficou em 0,17% no município.
O avanço da PEC tende a reduzir a cotação do dólar, o que também inibe a inflação. O corte nos juros alivia as despesas do governo e anima investidores. As condições para reverter a profunda crise começam a melhorar.