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O juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, autorizou o compartilhamento do depoimento da juíza aposentada Selma Arruda, hoje senadora pelo PSL, com o Ministério Público Estadual. Documentos apresentados pelos policiais militares Gerson Luiz Correa Junior e Evandro Lesco também foram disponibilizados ao órgão ministerial.
O ofício autorizando o compartilhamento do depoimento foi assinado pelo magistrado no último dia 8. Não foi informado o objetivo do MPE com a íntegra do depoimento de Selma Arruda.
“Em resposta aos Ofícios n° 109/2019 e 114/2019, sirvo-me do presente para encaminhar 01 (um) mídia DVD-R, contendo cópia integral do feito referente a Grampolândia, depoimento da Dr. Selma Rosane Arruna colhido durante a instrução processual, bem como cópia integral dos documentos apresentados pelos Acusados Gerson e Evandro Lesco nos Incidentes ID nº 585074 e ID nº 585076”, diz o despacho.
Selma Arruda prestou depoimento na ação militar sobre os grampos ilegais no dia 26 de março, quando ainda era responsável pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Ela explicou sobre operações que comandou que teriam contado com o esquema denominado “barriga de aluguel”.
A "barriga de aluguel" consiste na inserção de telefones de pessoas que não são alvos de investigações policiais, de forma disfarçada, em pedido de quebra de sigilo telefônico feito à Justiça. Essa prática teria ocorrido durante a gestão de Pedro Taques (PSDB), onde membros da alta cúpula do Governo espionaram adversários políticos e até amantes.
Em seu depoimento, a atual senadora da República explicou sobre as Operações Fortis e Querubium. Na Fortis, criada para investigar membros do Comando Vermelho e do PCC, foram inseridos nomes de pessoas alheias a investigação. Entre elas, estavam a publicitária Tatiane Sangalli – ex-amante do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques -, e Caroline Mariano, ex-assessora da Casa Civil.
Já na Operação Querubim, Sangalli e Mariano foram identificadas como alvos da investigação. Todavia, segundo informações, teria sido criada uma suposta ameaça ao ex-governador Pedro Taques (PSDB) apenas para espioná-las. Essa história teria sido passada pelo ex-secretário Paulo Taques às delegadas Alana Darlene Cardoso e Alessandra Saturnino.
Em seu depoimento na ação da Grampolândia, Selma Arruda confirmou a prática da “barriga de aluguel” na Operação Fortis. Segundo ela, Sangalli e Caroline Mariano tiveram apelidos inseridos para serem grampeadas. "O promotor não se atentou de aquele número x não pertencia à 'dama loira' e eu, muito menos. A gente defere os pedidos acreditando também na fé pública que as autoridades têm. [Mas nesse caso] há uma barriga de aluguel clara", afirmou.
A ex-juíza falou ainda que só observou a prática após a divulgação na mídia. Ela comunicou a Corregedoria Geral de Justiça.
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