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Notícias / Geral

Mais de 3 milhões de pessoas buscam vaga de emprego há mais de 2 anos

Publicado em 17/08/2018 às 15:22

País também atingiu o número recorde de 4,8 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego, segundo pesquisa do IBGE
 

Por trás da aparente melhora da taxa de desemprego no segundo trimestre (que caiu para 12,4%), está uma situação alarmante. Pesquisa do IBGE divulgada nesta quinta-feira, 16, mostra que o País atingiu um número recorde de 4,8 milhões de pessoas que desistiram de procurar trabalho. A taxa de desemprego caiu, em grande parte, porque milhares de pessoas que gostariam e estariam disponíveis para trabalhar pararam de buscar uma vaga por acreditar que não conseguiriam uma ocupação – os chamados desalentados. O levantamento aponta outro recorde: 3,1 milhões de pessoas já estão há mais de dois anos à procura de emprego.
 

“Quanto mais tempo a pessoa busca emprego maior a chance de migrar pro desalento”, diz Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. Em apenas um trimestre, 202 mil pessoas a mais passaram a essa condição. Em um ano, a precariedade do mercado de trabalho levou ao desalento mais 838 mil indivíduos.
 

“Estamos num momento de elevada incerteza, o que significa que a retomada (da economia) existe, mas fica contida, aquém do que se esperava”, diz José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Isso obviamente segura a retomada, com consequências claras sobre o emprego.” 
 

Ao todo, faltou trabalho no Brasil para 27,6 milhões de brasileiros. Além dos inativos com potencial para voltar ao mercado, havia ainda quase 13 milhões de desempregados e outros 6,5 milhões de pessoas trabalhando menos tempo por semana do que gostariam.
 

“A condição extremamente severa do mercado de trabalho deve ser prioridade para o próximo governo, porque tem relação direta com uma série de outras questões, como o bem-estar, a criminalidade. É preciso discutir como fazer a economia crescer e como inserir essas pessoas no emprego”, diz Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria Integrada. “O desafio para o próximo governo vai ser dar confiança aos empresários não só para fazer investimentos, mas também para fazer contratações”, completou Souza Júnior.
 

No segundo trimestre, o desalento atingiu o ápice em 11 estados, entre eles São Paulo, com quase meio milhão de habitantes nessa situação.
 

“A probabilidade de uma pessoa desistir de procurar emprego está muito relacionada ao tempo que ela ficou procurando emprego. E algumas nem para a fila do desemprego vão”, explica Cimar Azeredo.
 

Segundo ele, a dificuldade de outros integrantes da família para conseguir uma vaga ou notícias na mídia sobre o desemprego influenciam a percepção das pessoas sobre a dificuldade de encontrar um trabalho, por isso desistem de procurar. Desde o início da crise, em 2014, o número de pessoas procurando trabalho há pelo menos dois anos cresceu 162%. No segundo trimestre, o País alcançou o ápice de 3,162 milhões de trabalhadores em busca de um emprego há dois anos ou mais.
 

O próximo governo terá de lidar ainda com outras questões negativas no mercado de trabalho. No segundo trimestre, o nível de ocupação, que mostra a proporção de pessoas trabalhando entre aquelas em idade para trabalhar, estava no menor patamar da série histórica em sete Estados brasileiros: Rondônia, Amazonas, Amapá, Maranhão, Alagoas, Bahia e Rio Grande do Sul. Na média nacional, o nível de ocupação ficou em 53,7% no segundo trimestre.
 

“Em nenhum estado do Nordeste a população ocupada chega a 50% da população em idade de trabalhar. É consequência do desenvolvimento econômico local. Isso vai se refletir em pobreza, em desemprego”, observou Azeredo. O total de empregados com carteira assinada no setor privado caiu ao menor nível da série, no segundo trimestre, no Rio e em São Paulo. “O que acontece nesses Estados acontece depois nos outros.” 
 

Desempregados abandonam estudos e mudam de atividade

As aposentadorias dos pais e os salários das duas irmãs garantiram que as contas da casa de Henrique da Cruz, de 31 anos, não atrasassem. Desempregado há dois anos, ele teve de trocar o trabalho de analista em uma empresa de logística por bicos como entregador. “Mas até a esperança diminuiu. Eu deixo currículo toda semana e nem chamam para entrevistas. Não sei o que estou fazendo de errado.” Henrique acabou abandonando a faculdade particular, quando as mensalidades ficaram pesadas, e agora estuda para passar em uma Fatec. “Não dá para desanimar.”
 

Já Elizabethe Chaves, de 57 anos, trabalhou por 12 anos como vendedora em uma loja de roupas, mas agora aceita qualquer vaga que aparecer, desde que não tenha mais de trabalhar nos fins de semana. “Estou com uma filha desempregada também e sei que precisamos conseguir um emprego logo, mas estou me concedendo esse luxo de ter o fim de semana para a família, depois de anos trabalhando sem parar.” Desde janeiro, ela percorre postos de emprego em busca de uma vaga formal. Das 40 vagas anunciadas na agência em que ela deixou o currículo nesta quinta-feira, 20 eram temporárias. 
 

Bruno Gabriel Lima, de 21 anos, procura por um emprego fixo desde 2017. Ele até conseguiu uma vaga temporária, de um mês, como operador de caixa em uma loja, após ter sido demitido com os colegas do antigo emprego ao mesmo tempo. Ele está há dois meses vivendo de bicos. “Bico que eu tive de aprender na marra. Meu pai, que também está desempregado, instala forros e divisórias em casas. Aprendi a refazer até a parte elétrica. Mas tem sido bem difícil, até os bicos sumiram.” Ele agora tenta voltar ao mercado para ganhar o bastante para pagar a faculdade de enfermagem. 

Fonte: Fenafisco

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