As 50 maiores empresas dos Estados Unidos, entre elas Apple, General Electric e Microsoft, depositaram cerca de US$ 1,4 trilhão entre 2008 e 2014 em paraísos fiscais para reduzir seus impostos, afirma um estudo da ONG Oxfam-USA publicado ontem.
O dinheiro passou por uma rede "sem transparência e secreta” de 1,6 mil filiais localizadas em paraísos fiscais, indica o documento, divulgado em meio ao escândalo intitulado Papéis do Panamá.
Durante esse período, várias dessas 50 empresas estiveram entre as "principais beneficiadas pelo apoio dos contribuintes” americanos, ao ter recebido US$ 11 trilhões em fundos públicos em garantias sobre empréstimos ou ajudas federais diretas, indica o relatório. "As imensas quantias enviadas pelas grandes companhias a paraísos fiscais devem ser utilizadas para combater a pobreza e reconstruir as infraestruturas nos Estados Unidos e não ser dissimuladas em centros offshore como Panamá, Bahamas e Ilhas Cayman”, afirmou Raymond Offenheiser, presidente da Oxfam America, citado em um comunicado.
GIGANTES DA INDÚSTRIA ESTÃO NA LISTA DA OXFAM
Segundo o relatório, a Apple está na liderança das companhias evasoras de impostos, tendo depositado US$ 181 bilhões, seguida pela General Electric (US$ 119 bilhões), Microsoft (US$ 108 bilhões) e Pfizer (US$ 74 bilhões). Várias dessas empresas já tinham sido criticadas por terem recorrido a um mecanismo que permite resguardar indefinidamente uma parte de seus lucros no Exterior, evitando, assim, pagar imposto.
De acordo com os dados citados no documento da Oxfam, a evasão fiscal das multinacionais custará US$ 111 bilhões às finanças públicas nos Estados Unidos e privaria igualmente os países pobres de US$ 100 bilhões de receitas fiscais.